Tão perto, tão longe – Dia 4

Adelvando mora em Caruaru e é aluno do curso de Comunicação Social da UFPE. Poucas linhas de ônibus e o tempo de deslocamento entre a casa e o Polo Comercial dificultam a rotina de estudo.

Todos os dias, são seis horas de trabalho transportando estudantes universitários. Givaldo José de Oliveira é motorista de uma van responsável por conduzir alunos residentes em bairros como o Boa Vista II e o Jardim Panorama, na cidade de Caruaru.

A comodidade em substituir até quatro ônibus por dia, a segurança e infraestrutura precária do município (pontos de ônibus desconfortáveis, iluminação pública deficiente) são motivos que explicam a contratação do serviço pelos estudantes. De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, o ano de 2017 já registrou mais de 2 mil ocorrências de roubos e furtos. O número de assaltos na “Capital do Agreste” cresceu 225%, de 2011 a 2016.

Moro no Jardim Boa Vista. A única linha que contempla o bairro é a Jardim Panorama via Santa Clara, que acrescenta mais quatro quilômetros a uma distância de pouco mais de seis quilômetros de minha casa ao Polo Comercial, sede dos cursos de Comunicação Social e Medicina da UFPE.

O responsável pelas questões de mobilidade urbana da cidade de Caruaru, Alexandre Barros, afirma que a inexistência de mais linhas que contemplem os polos da UFPE na cidade é resultado da falta de demanda. “Não havendo demanda, você aumenta o custo operacional e, consequentemente, toda a população vai pagar por esse custo para atender uma quantidade mínima de passageiros”. Acerca da lotação em determinados horários, Barros diz que, quando há identificação pela prefeitura, é solicitado um novo quadro de horário e a inclusão de novos veículos.

Apesar da frota limitada de transporte coletivo na cidade, Barros afirma já existir um estudo para a ampliação das integrações. O modelo atual corresponde a apenas cinco linhas (Nova Caruaru 138, Severino Afonso 137, Caruá, UPFE e Polo Comercial). A promessa é que os passageiros esperem menos tempo e paguem apenas uma passagem, mesmo circulando em mais de um ônibus.

Ao contrário da realidade de outros municípios do Agreste que têm estudantes na UFPE de Caruaru, a cidade de Toritama oferece um serviço eficiente. Uma lei municipal garante o transporte de ida e volta para alunos que precisam estudar em outras cidades. O estudante deve apresentar na Secretaria de Educação da cidade seu CPF, seu RG e um comprovante de matrícula da instituição, recebendo uma carteirinha de identificação. Em 2017, são 800 alunos contemplados, que se dividem entre deslocamentos para Santa Cruz do Capibaribe, Vertentes, Belo Jardim e Caruaru.

Reportagem de Adelvando Queiroz

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *