Outubro Rosa

Apesar de raro, o câncer de mama em homens também é uma realidade. A questão é que essa raridade faz com que eles se cuidem pouco e não realizem, por exemplo, o auto-exame nas mamas para a detecção de algum nódulo. No último dia do Outubro Rosa você confere a matéria final do especial realizado pela equipe da Agência Aveloz, que trata justamente do problema entre a população masculina. A matéria foi realizada pelo aluno do curso de Comunicação Tarcísio Araújo Neto, com entrevista realizada por ele e as alunas Priscila Melo e Twany Santos. O especial, iniciado no no dia 30, teve a supervisão da professora Fabiana Moraes e dos professores Ricardo Sabóia e Eduardo Cesar Maia.

– Câncer de mama também é problema de homem –

Foi uma quase tragédia que fez com que Jared Nunes, 60 anos, descobrisse um carcinoma do lado esquerdo do peito. Ele levou cinco tiros em uma tentativa de assalto – um dos projéteis passou justamente por uma das mamas. Não deveria ter sido uma surpresa: há tempos o sexagenário havia sentido um pequeno caroço ali, mas não deu muita importância. Hoje, realiza quimioterapia no hospital Barão de Lucena – serão, no total, seis sessões.

É justamente por conta da baixa ocorrência entre os homens – os casos de câncer de mama entre eles correspondem a menos de 1% dos atingidos pela doença – que Jared não tomou nenhuma atitude quando sentiu o pequeno caroço no seu peito. Ao mesmo tempo, é justamente esse não cuidar que pode ser fatal para o sexo masculino.

A campanha Outubro Rosa não alcança, ainda, essa parcela da população. Não há campanhas para conscientizar a sociedade a respeito do câncer de mama no sexo masculino e alertar sobre a necessidade da realização de exames preventivos em homens, como mamografia ou ultrassom da mama.

A raridade do caso está relacionada a dois fatores principais. A primeira justificativa é que o tamanho da mama, por ser menor que o das mulheres, limita o desenvolvimento da doença. Segundo o mastologista Aristóteles Diniz, este é o fator principal. A segunda explicação está por volta da ação dos hormônios estrógeno e progesterona, mais presentes no sexo feminino.

Por se tratar de um tabu e ainda não ser um alvo de campanhas, os homens acabam descobrindo a doença de forma tardia, mas o diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento seja mais eficiente. Portanto, o fator que torna os homens mais suscetíveis à mastectomia radical, além de uma taxa de sobrevivência menor, é o diagnóstico tardio – as chances de superação da doença, para homens e mulheres, quando descobertos numa fase próxima, são muito semelhantes.

O sintoma mais comum é aparição do nódulo mamário, que, geralmente, fica perto do mamilo. O importante é que a ida ao mastologista, pela realização da mamografia, da biópsia e procede, normalmente, com a mastectomia.

De acordo com os dados estatísticos do Inca, deste ano, cerca de 579 casos de homens com câncer de mama devem ser registrados. Para que o tratamento se desenvolva da melhor forma possível, é necessário que os homens acima dos 60 anos façam – anualmente – os exames preventivos.

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