Moto, van e ônibus – Dia 2

Stephanie, aluna do curso de comunicação social da UFPE que vive em Belo Jardim, gasta quase R$ 400 ao mês em transportes: são seis trocas de veículos, todos os dias.

Meu nome é Stéphanie Karoline, 18 anos, entrei na Universidade esse ano, no curso de Comunicação Social, campus Agreste. Não imaginei que enfrentaria tanta dificuldade apenas para chegar até ela. Moro em Belo Jardim, a 54 quilômetros de Caruaru. Vou em uma van particular, pois a cidade onde moro não disponibiliza transporte público para os alunos até o campus.

Esta van não pega os alunos e alunas em casa. Também não deixa na faculdade. Assim, tenho que pegar dois ônibus, e, às vezes duas motos, para ir e vir. Contando com a van do retorno, gasto um total de R$ 372 em transporte todos os meses. É difícil. Muitas vezes, se perder ou o ônibus que sai do polo caruaru, onde fica o curso de Comunicação, tenho que esperar até 22h para pegar um outro ônibus ou ir até a rodoviária tentar qualquer transporte particular que esteja indo em direção a minha cidade.

Existem muitos alunos de Belo Jardim que estudam na UFPE/CAA – isso é ainda mais visível no período da noite, quando um ônibus de viagem lotado com destino a Belo Jardim leva os alunos de volta para casa. Entre os muitos estudantes que precisam se deslocar todos os dias está também o aluno de Comunicação Social David Henrique, 21 anos, que após quatro períodos nesse processo de locomoção Belo Jardim-Caruaru decidiu se mudar para a Capital do Agreste.

“Não tem mais condições de ir e vir, além do cansaço eu não consigo mais vans fixas para me trazer no horário que eu preciso tendo que pagar mais caro ainda e ter o desgaste de procurar alguém aleatório com quem ir e voltar todos os dias. Vou me virar e me mudar”.

Reportagem de Stephanie Karoline

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